Para muitas mulheres, se imaginar grávida ou parindo é algo extremamente apavorante. A essa “patologia” é dado o nome de tocofobia, palavra que tem origem nos termos gregos “tokos” (parto, descendência) e “phobos” (medo).
      Eleanor Luzes, médica e psiquiatra, aborda o medo do parto e da gestação como um impulso negativo causado pela desinformação ou ausência de memória genética de como é parir.
      Esses registros são memórias armazenadas, sabemos que nossas ancestrais tiveram partos naturais, e essas memórias serão acessadas pelo nosso inconsciente, o que permite com que nosso corpo compreenda o trabalho de parto como algo fisiológico.
      Mas se uma pessoa nasce de uma cesárea, por exemplo, há uma lacuna no que se refere a informações sobre o parto natural, contribuindo para o desenvolvimento do medo irracional do desconhecido.
      Por outro lado, existem outros fatores responsáveis pela cultura do medo da gestação e do parto vaginal. Dentre eles, a midiatização de experiências negativas acerca da gestação e da “dor parto”. Relatos sobre morte materna e neonatal, aborto na gestação e complicações durante a gravidez ganham projeções nas redes sociais. No entanto, em nada contribuem para que mulheres vivam suas próprias experiências sem o fantasma do medo.
      Assim como tantos outros temas relacionados a maternagem, a exemplo, da conhecida “maternidade real” que é quase uma febre global. Consumimos informações sem sequer nos questionarmos: mas de que realidade mesmo estamos falando?
      É claro que, relatos negativos de partos hospitalares, por exemplo, denunciam situações de violência obstétrica. Mas muitas mulheres que não viveram o seu parto desenvolveram medo de parir devido a relatos de parentes, amigas, vizinhas e televisão. Medos de experiências que não são suas.
      Por esta e tantas outras razões, aconselhamos: Se informem, mulheres! Busquem ajuda de profissionais e pessoas capacitadas para fortalecer o desejo de viver suas experiências.

By Eliene Ueji- Doula

 

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